sexta-feira, 2 de julho de 2010

Obdulio Varela - El Negro Jefe

É uma lenda porque: foi o lider do ultimo titulo Mundial da seleção Uruguaia na Copa de 1950, no Brasil.


Olá pessoal! Depois de um tempo afastados, cá estamos nós novamente para falar de mais uma das maiores lendas do futebol Mundial. Eu sinceramente nem estava com a "inspiração" pra escrever algo graças à derrrota e consequente eliminação do Brasil para a Holanda no jogo de hoje pelas quartas de final da Copa do Mundo. Mas assistindo o segundo jogo de hoje dessa fase entre Uuguay e Gana, quase esqueci do que havia ocorrido de manhã. A Celeste Olimpica venceu os africanos nos penaltis após uma partida que, apesar de fraca técnicamente, rendeu muitas emoções até o final do tempo regulamentar.

A vitória uruguaia me fez lembrar das histórias que meus avôs me contavam quando eu era menor, sobre o quão temidos os uruguaios eram. A Celeste era não apenas sinônimo jogo bonito, mas referência de futebol competitivo e vencedor nos primórdios do esporte. Haviam muitos jogadores deles hoje considerados lendas (alguns serão abordados nesse blog no futuro), mas havia um em especial que sempre me chamava a atenção: seu nome era Obdulio Varela, também conhecido como "El Negro Jefe".

Segundo eles, Obdulio era não apenas um grande jogador, mas também um líder incomparavel dentro e fora de campo, do mesmo nivel ou até superior a lideres como Beckenbauer e Cruyff. Conseguia aliar a elegância e a classe com a bola nos pés, com a raça caracteristicas uruguaia, não hesitando em deixar seu próprio em sangue em campo.

Nascido em Montevidéu, desde cedo trabalhava para ajudar a sustentar sua familia. Foi entregador, pedreiro, mensageiro... até o dia em que começou a jogar no time juvenil do Juventud de Montevidéu. De lá foi para o Montevidéu Wanderers e por fim o Peñarol, clube no qual ficaria marcado como o princial idolo durante os 13 anos em que atuou. Suas exibições de gala ainda no 2º clube lhe renderam a vaga de titular na seleção uruguaia rapidamente.  

Mas sua maior exibição foi em um certo dia 16 de Junho no ano de 1950. A Copa do Mundo de futebol era realizada no Brasil, país vizinho de sua terra natal. Lá, após uma boa primeira fase, encontraria problemas na fase seguinte e final do torneio. No ultimo jogo, dito como a "final" do quadrangular em que participavam Brasil, Uruguay, Espanha e Suécia, a partida derradeira seria contra os donos da casa, que antes mesmo do jogo se creditavam como campeões da Copa. 

No dia da "final", 200 mil brasileiros estavam no Maracanã  Com a bola que ele mesmo fez questão de buscar no fundo das redes. já no centro do gramado,  ousou olhar para seu companheiros e dizer: "Agora ganharemos." Muito se fala dos gols de Gigghia e Schiaffino, mas poucos sabem da importancia de Obdulio naquela partida. Ele foi quem fez os companheiros acreditarem na vitória até o ultimo minuto. Sua liderança motivou os companheiros até o final. E sua recompensa, dois passes precisos para os gols dos tão famosos Gigghia e Schiaffino. Conclusão: se tornou o protagonista o maior silêncio já "escutado" na história.

Jogador de orgulho e honra raras nos dias de hoje, fez questão de na mesma noite do jogo sair sozinho para encontrar alguns jogadores brasileiros, acompanhado-os com uma cerveja e tentando consolá-los pela derota que haviam sofrido. Pouco antes de sua morte, chegou até a declarar certo "arrependimento" pelo dia do Maracanazzo, já que viu muito mais tristeza local do que alegria no Uruguay. 

Assim foi Obdulio Varela. O maior simbolo do futebol uruguaio, o homem que criou um estilo próprio de raça para uma nação; calou 200 mil vozes em uma arena que torcia contra ele, e mesmo assim fez questão de se arrepender de tê-lo feito; e que tanto me fazia imaginar e sonhar com as histórias de meu dois avôs, um brasileiro e um paraguaio fanaticos por futebol e que tanto admiravam este incrivel uruguaio. E que onde quer que estejam, sei que estão ao lado dele conversando sobre a Era Romantica do Futebol.



E deixo meus mais sinceros agradecimentos às seleções de Uruguay e Gana, que nos mostraram que a Copa do Mundo não acabou apenas porque a nossa seleção foi eliminada. Ela, o grande espetaculo ainda continua. E o Brasil se vai, mas em 2014 ele voltará. Ou melhor, a Copa vira por nós.


Frases sobre ele: 

-  "Ele não atava as chuteiras com cordões, mas com as veias." - Nélson Rodrigues, jornalista e cronista brasileiro.

-  “Fiz um país chorar de tristeza mais do que o meu país de alegria. E acho que se pudesse jogar aquela final novamente faria um gol contra.” - O próprio Obdulio Varela, sobre o dia do fatídico "Maracanazzo" de 1950.

4 comentários:

  1. Excelente texto,chega a emocionar.

    Eu,particularmente respeito muito a camisa e a tradição Uruguaia,tem minha torcida a partir de agora.

    E vale lembrar que Uruguai até os anos 60,70 foi potência mundial,desde então estava adormecido.

    Essa geração resgatou o orgulho desse País.


    Independente do que acontecer agora,devem ficar orgulhosos.

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  2. essa frase dele com ctz demonstra que acima de tudo era um ser humano com caráter e sentimentos, nao esses robos que vemos hoje em dia, nunca ouvi falar muito sobre ele, sempre mais sobre os jogadores q fizeram os gols, mas se o cabeça, o genio era ele, merece todo respeito! parabens pelo texto negao!

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  3. Varella foi o símbolo da última conquista uruguaia em termos de seleção. Essas conquistas fizeram os clubes uruguaios se tornarem visados e fortes...

    Essa geração de agora com essa campanha na Copa pode fazer o futebol uruguaio renascer, sem dúvidas.

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  4. Genial a frase final do Varella!

    O gancho do texto é excelente, pois hoje o Uruguai mostrou o que é Copa do Mundo. Para quem não entende, esta é a razão pela qual nós paramos a cada quatro anos vivendo intensamente cada jogo.

    E era dessa forma que fazia Varella, que deve estar muito feliz, onde quer que esteja, por cer a Celeste brilhando novamente.

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