quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Arthur Antunes Coimbra, Zico - O Galinho de Quintino.


É uma lenda porque: grande ídolo da maior torcida do Brasil e um dos principais responsáveis pela profissionalização do futebol no Japão.



Daqui alguns dias alguns dias será comemorado um Natal "diferente". Tal data só será celebrada em três países, respectivamente Brasil, Itália e Japão.

No Brasil, especificamente no Rio de Janeiro, para uma certa nação rubro negra,  Zico é uma divindade. Ele é considerado um semelhante de Pelé. Não a toa, seu período no clube carioca marca a época mais vitoriosa de sua história, tendo vencido praticamente tudo que disputou, desde torneios regionais, nacionais, sulamericanos e principalmente o Mundial de Clubes, em 1981. 

Na Itália, até hoje respeitado como um dos grandes ídolos da Udinese, mesmo sem ter ganho um título pelo clube. Possui sua própria igreja entre os "friulanos" (nome dado aos habitantes da cidade de Udine). Sua popularidade na terra da bota pode ser medida com o fato de ter sido aplaudido em diversos estádios adversários, incluindo o Olímpico de Roma em partida contra a equipe homônima da capital italiana, e em Gênova, onde não apenas aplaudido, teve seu nome cantado e celebrado pelos torcedores do Genoa.

E no Japão, Zico está acima de todos. Afinal, ele levou transformou o esporte no oriente algo profissional. Não chega a ser nenhuma besteira que ele representa à nação nipônica o mesmo que Maradona representa a Argentina, tendo inclusive o mesmo apelido que a lenda portenha: Deus. E uma estátua em sua homenagem pode ser vista em frente ao Kashima Antlers Soccer Stadium. 

Encantou o mundo atuando pela seleção brasileira, especialmente como parte da mítica equipe de Telê Santana que disputou a Copa do Mundo de 1982. Suas cobranças de falta perfeitas e inigualável habilidade são conhecidas e reverenciadas mesmo por quem não teve o privilégio de vê-las ao vivo. 

Camisa 10, criador de uma era no futebol e orgulho pessoal de três cantos diferentes deste mundo, para poder dizer que teve uma carreira realmente completa, lhe faltou apenas uma Copa do Mundo, que infelizmente não veio. Não se sabe se foi por alguma ironia do destino ou mais uma das travessuras dos "Deuses da Bola", mas como diz a frase de um autor desconhecido, porém muito famosa: "Ele não ganhou a Copa. Azar da Copa."





Frases sobre ele: 


- "A bola é uma flor que nasce aos pés de Zico, com cheiro de gol. - Armando Nogueira, cronista esportivo. 

"Adeus, Zico. Nós vascaínos, tricolores, botafoguenses, etc., dormiremos mais tranquilos sabendo que uma falta cometida nas proximidades de nossa área não será tão perigosa assim. Que não teremos de enfrentar os seus dribles, seus lançamentos, suas soluções inteligentíssimas para as jogadas mais difíceis, a sua movimentação que o levava, em frações de segundo, da intermediária à porta do gol e aos gritos de "Zico! Zico! Zico!"quando você fazia uma das suas e chutava aquelas bolas que tocavam na rede e batiam em cheio em nossos corações. Em compensação, nós, que tanto amamos nossos clubes quanto o futebol, estaremos com as nossas tardes de domingo mais pobres. E, aí, veja que ironia, teremos saudades de você." - Sérgio Cabral, jornalista e escritor, torcedor do Vasco da Gama. 

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Evaristo de Macedo - O único que "uniu" Barcelona e Real Madrid

É uma lenda porque: conseguiu a proeza de se tornar ídolo de Barcelona e Real Madrid, sem causar o desgosto ou perder o respeito de ambos.

De certa forma, é até comum você ver jogadores vestirem as camisas de dois grandes rivais. Um pouco mais difícil é ver alguém que teve sucesso por um, repetir o mesmo sucesso por outro. E mesmo aqueles que conseguem, dificilmente escapam da "perseguição" de uma das torcidas. Na história de Real Madrid e Barcelona principalmente, não faltam exemplos: jogadores como Luís Figo (boa passagem pelo Barcelona, mas considerado "judas" pelos catalães; no Real Madrid se tornou ídolo), Michael Laudrup, Hagi (ambos ídolos no Barcelona, não repetiram o mesmo sucesso pelo Real Madrid), Luis Enrique, Saviola (passagem sem brilho por ambos). Porém existem as raríssimas exceções como Ronaldo Fenômeno, mas esse é ainda mais diferente pois foi uma referência futebol mundial. De certa forma, apenas um jogador conseguiu ser respeitado e amado pelos grandes rivais da Espanha.

Evaristo de Macedo chegou a Espanha em 1957 após ascensão rápida no Madureira e uma grande passagem pelo Flamengo. Desembarcou primeiro na Catalunia, durante o auge da repressão do Franquismo ante a região. Não sendo o bastante pela situação política, o Barcelona via seu maior rival monopolizar o futebol nacional e europeu com um super elenco comandados pelos grande Puskas e Di Stefano. Apesar das dificuldades, levou pouco tempo para se tornar querido pela torcida Culé graças a seus gols e grande habilidade e principalmente pelo gol marcado na antiga Taça da Europa (atual Liga dos Campeões da UEFA) no embate entre ambos os clubes pela semi final, desclassificando pela primeira vez em 3 anos consecutivos o Real Madrid da final. 

Após um bi-campeonato espanhol, um bi-campeonato da Taça das Feiras (atual Liga Europa) e a média de quase um gol por jogo pelo Barcelona, teve um breve porém contundente atrito com a equipe por não aceitar a cidadania espanhola (que o daria direito de jogar a Copa do Mundo pela Fúria) e se transferiu ao Real Madrid. E recebido com festa de grande craque, na capital da Espanha conquistou um tri-campeonato espanhol sendo um dos destaques da equipe. Fundamental para as três campanhas, mesmo não tendo marcado tantos gols quanto por seu time anterior, Evaristo adquiriu o carinho e respeito dos Madridistas até 1965, ano em que se despediu da Espanha e voltou ao Brasil para encerrar a carreira no Flamengo.  

Durante os anos 2000, Evaristo foi um dos convidados de honra dos 80 anos de Alfredo Di Stefano; e não mais do que 2 anos após, foi homenageado na Penya Barcelonista de São Paulo. por seus serviços prestados ao time Catalão.


Por mais que o tempo passe, nenhum dos dois clubes terá a audácia de reclamar Evaristo como seu grande ídolo "único"; muito menos de crucificá-lo por ter vestido ambas as cores.  Pois de maneira "única", ele foi o primeiro a agradar a gregos e troianos. (Ou Culés e Madridistas.).


E até hoje, se algum dia quiser ver torcedores de ambos os clubes em "paz", cite o nome de Evaristo e veja o "milagre". 




Frases sobre ele: 

- "O torcedor brasileiro não tem ideia de como o Evaristo é respeitado e idolatrado na Espanha. Foi realmente um dos maiores do mundo." - Roberto Dinamite, ex-jogador e atual presidente do Vasco da Gama, que teve rápida passagem pelo Barcelona. 

- "Era o tipo de jogador que tinha vaga em qualquer time que escolhesse." - Mario Jorge Lobo Zagallo, companheiro de Evaristo no Flamengo e seleção brasileira.  





quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Clã Maldini - A Dinastia Rossonera

É uma lenda porque: Uma das famílias mais respeitadas do futebol. Desde os anos 50, sempre houve um representante da mesma atuando com a camisa número 3 e a faixa de capitão do Milan e da seleção italiana.

Dizem que o futebol não é algo genético. Existem diversos exemplos que provam essa tese, como Johan e Jordi Cruyff e Pelé e Edinho. Outros poucos como Djalma Dias e Djalminha, Domingos e Ademir da Guia, mostram que algumas vezes o filho pode seguir o caminho do pai, mas em posições e mesmo clubes diferentes. Porém, uma família especifica vai na contra mão dessas histórias, construindo um verdadeiro legado por um único clube. Essa é a lenda da família Maldini...

A ligação entre o Clã Maldini e o Milan começou em meados da década de 50, quando o Rossonero contratou um jovem defensor do Triestina, após despontar como revelação italiana na temporada 53/54. Logo em sua primeira temporada pelo clube de Milão, Cesare Maldini ostentou a braçadeira de capitão da equipe; braçadeira qual carregou durante 12 anos. Nesse período, Cesare mostrava sua habilidade até então incomum para um defensor pelos gramados europeus e se tornando ídolo da torcida em pouco tempo. Não á toa foi capitão da seleção Italiana na Copa de 62, onde foi nomeado ao posto de melhor zagueiro da competição; e em 1963 peça fundamental e responsável por erguer o troféu da conquista da primeira entre as sete Liga dos Campeões que o clube conquistou durante sua rica história. 

Após 12 anos de dedicação e títulos ao Milan, Cesare encerrou sua carreira como jogador no Torino em 1967 para logo em seguida retornar a Milão, onde no ano seguinte, nasceria o segundo personagem dessa saga. Nascia o pequeno Paolo. 

Apesar da ligação com o clube e a admiração ao pai, Paolo foi torcedor da Juventus durante a infância. Sempre acompanhava as partidas da Vecchia Signora e sonhava com a chance de um dia defender o clube de Turim. Fato este que gerou certa "desaprovação" do pai, que rapidamente o colocou nas categorias de base do Milan aos 10 anos de idade. Dentro de campo, logo se via muitas semelhanças entre pai e filho: a facilidade para liderar, a visão e habilidades privilegiadas para quem atuasse na defensa, e a camisa 3. 

Precoce, debutou pelo Milan aos 16 anos de idade e se manteve no clube até 2009. Nesse período, não apenas repetindo mas aumentando os feitos de seu pai, conquistou outras cinco Ligas do Campeões e recordes diversos, pelo clube e pela seleção italiana. E ainda mantém muitos deles, como o jogador a mais vezes atuar pela Série A italiana. E em todas essas vezes usava apenas uma camisa. Atuou em

Poucas camisas no futebol podem se orgulhar de ter uma história tão rica e constante, com muitos altos e poucos baixos. E a do Milan com certeza é uma delas. E nessa camisa, um número em especial segue apenas no aguardo pelo próximo representante do clã a vesti-la. Este número e sobrenome que estiverem não apenas presentes, mas liderando e decidindo 6 das 7 principais conquistas europeias do gigante italiano.

Infelizmente, apesar de ambos terem esbanjado talento pela "Azzura", nenhum dos dois conseguiu o feito de dar um título a sua nação. Cesare jogou a Copa de 1962, e Paolo as copas de 90, 94, 98 e 2002.  Mesmo sem as glórias pela seleção, ambos são considerados ícones nacionais, símbolos do futebol italiano e muito respeitados ao redor do mundo. 

Filhos de Paolo e netos de Cesare, Christian e Daniel atualmente jogam nas categorias de base do Milan. Repetirão eles o mesmo sucesso que o pai e o avô, dando continuidade à lenda da família?




Frases sobre eles: 

- "Foi sem duvidas o melhor zagueiro que enfrentei." - Ronaldo Fenômeno, sobre Paolo Maldini. 

- "Vamos aguardar a próxima geração. Que ela e as seguintes honrem a tradição que Paolo e Cesare conquistaram." - Tiziano Crudeli, jornalista esportivo italiano, famoso por seu fanatismo pelo Milan.