É uma lenda porque: conseguiu a proeza de se tornar ídolo de Barcelona e Real Madrid, sem causar o desgosto ou perder o respeito de ambos.
De certa forma, é até comum você ver jogadores vestirem as camisas de dois grandes rivais. Um pouco mais difícil é ver alguém que teve sucesso por um, repetir o mesmo sucesso por outro. E mesmo aqueles que conseguem, dificilmente escapam da "perseguição" de uma das torcidas. Na história de Real Madrid e Barcelona principalmente, não faltam exemplos: jogadores como Luís Figo (boa passagem pelo Barcelona, mas considerado "judas" pelos catalães; no Real Madrid se tornou ídolo), Michael Laudrup, Hagi (ambos ídolos no Barcelona, não repetiram o mesmo sucesso pelo Real Madrid), Luis Enrique, Saviola (passagem sem brilho por ambos). Porém existem as raríssimas exceções como Ronaldo Fenômeno, mas esse é ainda mais diferente pois foi uma referência futebol mundial. De certa forma, apenas um jogador conseguiu ser respeitado e amado pelos grandes rivais da Espanha.
Evaristo de Macedo chegou a Espanha em 1957 após ascensão rápida no Madureira e uma grande passagem pelo Flamengo. Desembarcou primeiro na Catalunia, durante o auge da repressão do Franquismo ante a região. Não sendo o bastante pela situação política, o Barcelona via seu maior rival monopolizar o futebol nacional e europeu com um super elenco comandados pelos grande Puskas e Di Stefano. Apesar das dificuldades, levou pouco tempo para se tornar querido pela torcida Culé graças a seus gols e grande habilidade e principalmente pelo gol marcado na antiga Taça da Europa (atual Liga dos Campeões da UEFA) no embate entre ambos os clubes pela semi final, desclassificando pela primeira vez em 3 anos consecutivos o Real Madrid da final.
Após um bi-campeonato espanhol, um bi-campeonato da Taça das Feiras (atual Liga Europa) e a média de quase um gol por jogo pelo Barcelona, teve um breve porém contundente atrito com a equipe por não aceitar a cidadania espanhola (que o daria direito de jogar a Copa do Mundo pela Fúria) e se transferiu ao Real Madrid. E recebido com festa de grande craque, na capital da Espanha conquistou um tri-campeonato espanhol sendo um dos destaques da equipe. Fundamental para as três campanhas, mesmo não tendo marcado tantos gols quanto por seu time anterior, Evaristo adquiriu o carinho e respeito dos Madridistas até 1965, ano em que se despediu da Espanha e voltou ao Brasil para encerrar a carreira no Flamengo.
Durante os anos 2000, Evaristo foi um dos convidados de honra dos 80 anos de Alfredo Di Stefano; e não mais do que 2 anos após, foi homenageado na Penya Barcelonista de São Paulo. por seus serviços prestados ao time Catalão.
Por mais que o tempo passe, nenhum dos dois clubes terá a audácia de reclamar Evaristo como seu grande ídolo "único"; muito menos de crucificá-lo por ter vestido ambas as cores. Pois de maneira "única", ele foi o primeiro a agradar a gregos e troianos. (Ou Culés e Madridistas.).
E até hoje, se algum dia quiser ver torcedores de ambos os clubes em "paz", cite o nome de Evaristo e veja o "milagre".
Frases sobre ele:
- "O torcedor brasileiro não tem ideia de como o Evaristo é respeitado e idolatrado na Espanha. Foi realmente um dos maiores do mundo." - Roberto Dinamite, ex-jogador e atual presidente do Vasco da Gama, que teve rápida passagem pelo Barcelona.
- "Era o tipo de jogador que tinha vaga em qualquer time que escolhesse." - Mario Jorge Lobo Zagallo, companheiro de Evaristo no Flamengo e seleção brasileira.
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