segunda-feira, 16 de maio de 2011

Paulo Roberto Falcão - O Coração Colorado

É uma lenda porque: foi o maior jogador da história do Internacional de Porto Alegre e denominado "Rei de Roma" pela torcida do clube italiano homônimo.

Acreditam em destino?

Aquele que alguns chamam de... "ser"... impossível de ser visto, antecipado, previsto, no máximo "identificado" atráves de algum pressentimento. Há quem diga que ele não existe, que cada um escreve sua própria história da maneira que achar conveniente, sua própria maneira de seguir sua vida. Já outros acreditam que o destino se manifesta da algumas maneiras até irônicas. No caso de Paulo Roberto Falcão, não há de se duvidar da existência de tal entidade, principalmente após se descobrir alguns pontos de sua lenda.

Nascido em Abelardo Luz, cidade de Santa Catarina, mudou-se com a familia pra Canoas no Rio Grande do Sul ainda cedo. Entre constantes idas e vindas entre Canoas e Porto Alegre, ajudava seu pai carregando alguns tijolos para a construção de um estádio que viria a ser seu grande palco. Garoto "peladeiro" como tantos, se divertia jogando futebol com os amigos. Nessas simples peladas, apresentava toda sua habilidade, elegância, liderança e força de vontade incomuns para um corpo tão franzino. Tais "diferenciais" lhe renderam a oportunidade de ir para as categorias de base do Sport Club Internacional de Porto Alegre

Pelo Colorado, marcou época ao lado de Carpegiani, Caçapava, Manga, Elias Figueroa e Dadá Maravilha na década de 70. Atuando na volância do Internacional, participou do tri-campeonato Brasileiro, sendo um deles invicto (fato que até hoje nenhum outro clube brasileiro conseguiu na dita competição). No lado vermelho de Porto Alegre, sua divindade como jogador é irretocável e mais do que justa.
Na Roma, tornou-se Rei ao ser um dos principais responsáveis pelo titulo do Scudetto Italiano, que a equipe não conquistava desde 1942. Até hoje é mencionado como um dos maiores idolos do clube.

Nesse periodo em que se tornou Majestade de Roma,  1982 chega a Copa do Mundo na Espanha e uma de suas grandes frustrações como jogador. A equipe do Brasil dirigida por Telê Santana era descrita como "Uma Seleção Mágica!". Falcão, Zico, Sócrates, Toninho Cerezo e Júnior encantaram o mundo com um futebol vistoso inigualável. Mas, em um desses acasos, quis o tal "destino" que essa seleção magnífica caísse diante de uma desacreditada Itália na famosa e trágica partida no Estádio Sarriá.

A partir desse fato e com o término de seu contrato com a Roma em 1985, Falcão retornou ao Brasil, e após uma série de lesões, encerrou a carreira no São Paulo Futebol Clube.

Nos anos seguintes, se arriscou como treinador de futebol. Seu começo de carreira não poderia ser mais pressionado do que começar dirigindo a Seleção Brasileira. Porém sua carreira como treinador a principio não vingou. Sua curta passagem pelo Brasil, América do México, Japão e Internacional foram quase desastrosas e mais uma vez abandonou o futebol.

Após a curta carreira como técnico, Falcão se dedicou a ser comentarista de TV e colunista em alguns jornais e revistas. Durante cerca de 15 anos, se dedicou a uma vida mais "simples".  

E o destino mais uma vez, tramou para Falcão de maneira benéfica. Depois de muito tempo ausente das proximidades das 4 linhas do campo, foi convidado pela diretoria do clube Colorado  a uma 2ª chance como seu treinador. Seria esse o jeito de Falcão se redimir pelo seu fracasso anteior quase 20 anos atrás. A principio, conseguiu uma eliminação vexatória pela Libertadores, mas deu a volta por cima conquistando o Campeonato Gaúcho em uma vitória emocionante no pênaltis contra o grande rival Grêmio (ou "inimigo", como os mesmos colorados gostam de lembrar sempre).

Agora ele comandará a equipe no Camponato Brasileiro deste ano. O que será que o Destino reserva para o lendário Paulo Roberto Falcão? Há quem diga que por sua postura, seu caráter inquestionável e tamanha educação, não deveria voltar ao mundo do futebol, sendo este um meio normalmente dedicado para "malandros".


Mas o destino quer que Falcão continue a provar que o futebol não se faz apenas de malandragem. Quesitos simples como elegância, educação e inteligência ainda podem fazer parte desse esporte.


O destino ainda quer que Falcão siga no futebol. O destino quer que ele aumente ainda mais sua lenda...



Frases sobre ele:

- "Dizem que um jogador sozinho não ganha um campeonato. Mas o Falcão de 79 seria vice com certeza" - Luís Fernando Veríssimo, escritor.

- "Falcão, você foi nomeado o 8º rei de Roma". - Jornal Gazzetta dello Sport, sobre a brilhante passagem de Falcão pela Roma.

2 comentários:

  1. Grande craque na seleção,e no Internacional.

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  2. Jogou muita bola.
    Era de estilo clássico, daqueles que jogam de cabeça erguida e peito aberto, enxergando o jogo antes dos outros.
    Nunca conseguiu se firmar como técnico, mas isso não é desmérito algum.

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