É uma lenda porque: Ídolo do Real Madrid, poucos, pouquíssimos jogadores na história esbanjaram tanta elegância, educação e personalidade em campo.
O normal, especialmente na América do Sul, é que jogadores de futebol venham das camadas mais baixas da sociedade, fato este que torna o futebol como um meio de ascensão social mais "fácil" para os jovens aspirantes a atletas. Raros são os casos em que filhos de classe média entram "de cabeça" no mundo do futebol. Mas esse não foi o caso de Fernando Redondo.
Descendente da aristocracia argentina, criado com as melhores condições de vida possíveis, aluno dedicado e educado, ainda assim se propôs a seguir o caminho do futebol, o que não surpreendeu sua família. Seu prematuro talento lhe rendeu a estréia na 1ª divisão argentina com apenas 15 anos pelo Argentinos Juniors. Se transferiu para o Tenerife da Espanha em 1990, onde permaneceu por 4 anos ao lado do técnico Jorge Valdano, onde ajudou a equipe a tirar dois títulos espanhóis consecutivos do Real Madrid. Títulos estes que compensaria a partir da temporada 94, quando rumou em direção a capital espanhola.
No Real Madrid, por sua postura, logo foi apelidado de príncipe. Durante seis anos, se firmou como um dos maiores ídolos do clube, sendo peça decisiva na quebra do jejum de títulos da Liga dos Campeões, que já perdurava por mais de 30 anos. Em uma dessas conquistas em especial, protagonizou uma jogada digna dos grandes camisas 10 da história, durante a semi final da edição 99/00 contra o Manchester United no Old Trafford. Em pleno "Teatro dos sonhos", não satisfeito com sua já por si só memorável atuação naquela noite, um "simples" toque de calcanhar entre as pernas do adversário pela ponta esquerda e o cruzamento para o gol na corrida de Raúl, fecharam as cortinas do espetáculo que apresentou.
Encerrou a carreira no Milan após uma série de lesões no joelho, tendo atuado apenas 16 vezes em três anos com a camisa rossonera, mas não antes de voltar a Madrid. Em partida válida pela Liga dos Campeões de 2002/2003, o Milan enfrentou o Real Madrid no Santiago Bernabeu. Seu primeiro jogo após se transferir, foi aplaudido de pé pelos torcedores do time da casa que entoaram seu nome em coro, misturando a alegria de rever um grande ídolos com as lágrimas de não estar vendo-o mais com a camisa branca.
Contrariando o clichê de que argentinos são violentos por "natureza", Redondo jamais foi visto dando um simples carrinho ou mesmo em alguma jogada maldosa. Tido como um dos poucos e raros discípulos da "Doutrina Beckenbauer", que prega que os jogadores que atuam na primeira volância podem SIM ter habilidade para jogar, não se limitando apenas a serem "brucutus", mostrou que suas atitudes dentro de campo refletiam sua maneira de ser fora dele. A elegância e cabeça erguida para jogar, a maneira sempre esguia de observar sempre a jogada e não a bola, o diferenciavam de tudo até então.
Lamentável que depois dele, surgiram poucos na mesma posição capazes de cumprir a mesma função com categoria semelhante. Mais lamentável ainda que o técnico Passarela não o tenha levado para a Copa de 98 por se recusar a cortar os cabelos. O mundo do futebol teve que lamentar a ausência desse jogador brilhante em mais uma Copa do Mundo, mas não nos deixou orfão. Sua habilidade apresentada com a camisa merengue jamais será esquecida.
Frases sobre ele:
- "Ele tem imãs nos pés?" - Sir Alex Ferguson, técnico do Manchester United.
- "Tanto taticamente quanto tecnicamente, era um jogador perfeito." - Fabio Capello, Ex-técnico do Real Madrid.
Outro volante para quem davam muito e que surgiu nas canteras do Argentinos Juniors, foi Cambiasso. Apesar de tr tido uma carreira de sucesso, decepcionou no Madrid.
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